" - Tem grade.
- Mas tem verde.
- Tem muito barulho, estamos no centro da cidade.
- Mas tem barulho de passarinho também. Choveu, tem um cheirinho de flor no ar!
Essa era a briga diária dos dois "eus".
"E o povo então poderá cantar seus próprios cantos, porque os poetas serão em maior número e a poesia há de velar."[V.M.]
domingo, abril 14, 2013
Manhãs com esperança
Todos os dias as folhas da palmeira, que ficava na porta do escritório, refletiam dentro da sua xícara de café. Só para dizer: Bom dia, olhe para a janela!
Mas quando se fala em mudança
quem sempre esteve ao seu lado pode se ofender.
Olhar todos os dias para aquela janela
cheia de grades
Só fazia crescer a fome de li-ber-da-de.
Palavra difícil!
Camufla a verdade
E seu problema mais urgente
É o café que esfriou.
Os Beijos
Beijo no rosto
Selinho assustado
Beijo molhado
De língua
Chupão!
Beijos demorados
Beijo com abraço apertado
Beijoca, beijinho
Beijão
Beijinho rápido!
Beijo no ombro
Beijo na mão
Beijo no joelho
Beijo no pé, ao tirar a sandália.
Beijo de paz!
Mas com você, meu bem, aprendi que as nossas
Mordidas
Significam amor!
Dois mil e doze,
Goiânia, 30 de Dezembro
de 2012.
Dois mil e doze,
Esse ano eu não comi panetones,
nenhum pedacinho. Esse ano eu não comi rabanada ou leitoa assada. Esse ano eu
não tomei vinho, não vi os fogos de artifício e nem dei abraço de “feliz
natal”.
Disseram que esse ano o mundo
acabaria, mas não acabou. Nesse ano eu me decepcionei com quem eu imaginava ser
intocável, acima de qualquer suspeita, a melhor pessoa do mundo. Esse ano eu
também me descobri como ser humano fraco, capaz de sentir ódio. Eu me vi amando
e, ainda tremo de pensar o contrário, me vi amada! Não como filha, ou irmã, ou
amiga, mas como mulher.
Trabalhei muito. Não estudei nem
chorei como de costume. Dormi pouco. Me organizei mais. Me amei mais. Quase não
escrevi, também.
Me amei mais. Me dei conta do
quanto gosto de ser verdadeira, de ser honesta. Percebi, esse ano, que não é
dever das pessoas de quem gosto e por quem me dedico, fazer o mesmo por mim,
muitas delas, ainda, vão usar todo esse amor e toda essa dedicação para si
mesmas, tirando todo o proveito possível e ainda se insultarão se eu, por
fadiga, não as quiser mais tão perto.
Esse ano eu descobri que a
saudade, muitas vezes, não tem jeito. Mas que quando ela tem jeito, pode ser a
sensação mais doce do mundo, mesmo que seja uma saudade de minutos, matada por
um sms.
Descobri que ouvir um “eu amo
você” de uma criança pode aquecer o coração como o sol. E, falando em sol,
descobri que ele pode brilhar de várias maneiras: na gargalhada da gente, no
reencontro de uma pessoa que a gente não vê há anos, no abraço de uma pessoa
amada que procura te orientar, na fúria contra alguém que nos decepciona, na
calmaria do toque de um amigo que procura nos acalmar.
Esse ano eu também não comi ovos
de páscoa. Esse ano eu não enchi a cara, não bebi até cair. Esse ano eu não
dancei até perder as forças.
Pensando bem o mundo, em dois mil
e doze, acabou sim. O mundo de uma pessoa que acreditava que “se você é bom, o
mundo será para você”, como recompensa. E, falando nisso, esse ano minha
família ficou de luto, da maneira mais cruel e injusta que pode acontecer.
Pessoas morrem, mas serem assassinadas, sem explicação, por inveja ou recalque?
Vai continuar essa interrogação para sempre com a minha família.
Em dois mil e doze eu aprendi que
se você tiver que ser bom, deverá ser por si mesmo, independente do resto do
mundo, do cosmo, ou do resto, só por você.
Esse ano eu fui madrinha de
casamento, outras duas vezes, mas agora, das minhas melhores amigas.
Então, o mundo em dois mil e doze
acabou mesmo, o mundo das crianças que conviveram comigo, crescemos, não de um
ano para o outro, mas ano após ano.
Vi o mais gordinho dos gordinhos
comer salada, perder peso e querer sua vida saudável! Vi o gay se assumir para
a família. Vi o meu medo correr de mim porta a fora. Esse ano eu vi o vacilão
pedir desculpas e a piriguete amar de verdade, capaz de abandonar um esquema
legal por uma pessoa correta.
Esse ano eu ganhei momentos
lindos, com pessoas simples, humildes, puras, como eu sempre sonhei.
Esse ano eu quis um cachorro, uma
bicicleta, economizar dinheiro, emagrecer, engordar. Planejei comprar um
apartamento, sair do emprego, me livrar de tudo o que não preciso, organizar a
casa. Em dois mil e doze eu não viajei, mas quis aprender alguma arte, (dança,
música, canto, pintura, luta), permanecer com o meu namorado.
Esse ano não foi muito diferente
dos outros. Foi importante, pois de tudo que vem na vida para ensinar, pela
primeira vez, eu aprendi mais com as minhas decepções.
Esse ano eu desejei muito que
março começasse, que agosto acabasse e que dezembro chegasse.
Eu contei que não comi
chocolates, por gratidão a Deus pelas vitórias desse ano?
Preciso agradecer a esse ano,
pela fibra que aprendi a ter, pela saúde daqueles que permanecem na minha vida
e minha, é claro. Preciso agradecer a esse ano, por me permitir fazer pelos
planos para o ano que vem.
Que os meus amigos que se
reproduzem de longe, se acheguem mais, que sua prole seja eternamente
abençoada. Que o amigo que formou a sua banda se realize sempre mais para o ano
que vem, que o amigo que casou seja muito abençoado em todos os seus
relacionamentos e que a amiga que escafedeu-se reapareça, feliz.
Esse ano eu lembrei que sou uma
pessoa de poucos amigos, de amigos distantes, velhos, novos, batalhadores, mas
poucos, verdadeiros e, principalmente presentes!
Obrigada, Deus, por
dois mil e doze.
Atenciosamente,
Kamila Santos de Paula.
Saio do Sério
É sério!
Eu saio do sério e choro.
E caio outra vez no que odeio.
Eu choro!
Eu saio de mim
e fico sem lugar
por segurar o que eu odeio
o choro.
Minha garganta
minha cabeça
O meu orgulho
Dor.
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